Não fujas, Domitila
Que o amor é tão próximo..
Não partas pelas rodovias!!
Deixa que te alcance o amor!!
Domitila senta e se põe a chorar.
Domitila não quer a espera, a angústia, o desamparo..
Domitila deixa tudo para trás.
E olha, manufaturados de tristezas, seus horizontes..
A vida é desencanto - confabula ela entre o pranto e a estrada..
E eu aqui, que te observo, Domitila
Te digo: espera, porque o tempo é bom senhor..
Aquieta a alma, sossega essa ânsia desavisada..
Para!!!
Para porque hão de ser avistados novos amanheceres..
Para porque, às vezes, é preciso morrer para ressurgir..
Porque o amor nasce nas entrelinhas, nas livrarias, entre os cafés fumegantes..
O amor, enfeite de flores e guizos..
O amor, bendito recheio dos corações solitários..
Não chores, Domitila
Porque se chorares, choro eu..
Essas linhas surgiram ao repousar meus olhos nas cartas trocadas entre Dom Pedro e sua amante, Domitila - a marquesa de Santos..